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Você tem medo de que?

A palavra fobia vem do grego “phobos” e significa a personificação do medo e do terror. Ao contrário do que muitos pensam, o medo é saudável e ajudou a humanidade a sobreviver. Durante a evolução do homem, algumas emoções como o amor, a raiva e o medo se desenvolveram justamente para garantir a continuidade da espécie.

Quando sentimos medo, o corpo reage e provoca uma série de sintomas como elevação do ritmo cardíaco, apreensão, ansiedade, entre outros. O medo, quando em um patamar de normalidade, visa proteger ou evitar situações de perigo. Entretanto, algumas pessoas desenvolvem um medo inexplicável e irracional, que tem o poder de paralisar e causar grande sofrimento psicológico e um enorme prejuízo social.

Este tipo de medo é considerado uma fobia, nome dado ao medo inexplicável de determinados animais, objetos, situações ou até mesmo de pessoas. Um exemplo simples é pensar que todos nós temos medo de ser picados por uma aranha. Mas se você passa mal só de pensar ou ouvir falar sobre o assunto, cuidado: pode ser um sinal de que o medo se transformou em uma fobia.

De pai para filho

Os médicos acreditam que grande parte das fobias é desenvolvida na infância, uma vez que os filhos imitam o comportamento dos pais. Ou seja, uma mãe que tem pavor de altura pode passar isso para o filho. Segundo estimativas, filhos de pais fóbicos têm 15% de chances de perpetuar o padrão comportamental familiar na fase adulta. Em outros casos, as fobias são deflagradas por situações traumáticas ou estressantes. Mas, vale lembrar que muitos casos de fobias não têm nenhuma explicação aparente, como, por exemplo, pessoas que têm medo de lugares fechados, escadas rolantes, entre outros.

Segundo estatísticas da Associação Americana de Psiquiatria, 25% da população mundial está sujeita a sofrer, pelo menos uma vez na vida, um súbito ataque de pânico provocado por uma fobia específica.

Quando o medo vira doença
Os transtornos fóbico-ansiosos fazem parte de um grupo de doenças em que a ansiedade intensa é desencadeada por determinadas situações que não representam um perigo real. Quando a pessoa é exposta, ou simplesmente pensa no objeto da sua fobia, pode apresentar os sintomas típicos do transtorno como:

– Rubor facial;

– Formigamento das mãos;

– Transpiração intensa;

– Dor no peito;

– Falta de ar;

– Voz trêmula;

– Tensão muscular;

– Sensação de desmaio;

– Ressecamento da garganta;

– Dificuldade de concentração.

Dentre as fobias, existem três mais prevalentes: a específica, a social e a agorafobia. A primeira é provocada pela exposição a um determinado animal, objeto ou situação. Já a segunda é quando a pessoa tem pavor de exercer qualquer atividade em público por medo de ser observada ou até mesmo criticada na frente de outras pessoas. A fobia social é uma das mais graves e prevalentes. Isso porque, segundo estudos publicados no Jornal de Psiquiatria Clínica e no Jornal de Desordens Afetivas, pessoas com fobia social desenvolvem outros transtornos mentais tais como depressão, abuso ou dependência do álcool, pânico, entre outras.

Já a característica essencial da agorafobia é a ansiedade, que surge quando a pessoa se encontra em locais ou situações das quais sair possa ser difícil ou embaraçoso ou ainda situações nas quais um auxílio imediato possa ser difícil, caso a pessoa venha a passar mal. É importante ressaltar que o indivíduo que sofre de agorafobia não precisa vivenciar a situação para apresentar os sintomas, o simples fato de pensar já pode desencadear uma crise. O agorafóbico pode ter medo de estar sozinho dentro ou fora de casa, estar no meio de multidões, viajar de carro, ônibus ou avião ou estar em lugares altos.

Ainda não há um consenso médico a respeito do grupo de risco. A princípio, qualquer pessoa, em qualquer idade, pode vir a desenvolver uma fobia. E todo tipo de fobia é incapacitante. Alguns estudos mostram que os fóbicos, em geral, são competentes, detalhistas, inteligentes, organizados, responsáveis, porém não gostam de críticas. Sofrem geralmente de ansiedade antecipatória isto é, querem o resultado antes mesmo de fazer.

Diagnóstico

Quando o medo interferir no dia a dia da pessoa, prejudicando as relações no trabalho e demais relacionamentos sociais, o ideal é procurar ajuda médica. Segundo as diretrizes do Manual de Diagnóstico de Transtornos Psiquiátricos, um quadro fóbico é diagnosticado quando:

-Há um medo persistente de estímulo limitado (exceção ao ataque de pânico) ou de situação social generalizada;

-A exposição ao estímulo fóbico provoca intensa ansiedade: o objeto fóbico é evitado;

-Há reconhecimento da irracionalidade do medo;

-O medo e/ou a evitação interferem na rotina normal;

-O medo não se relaciona a obsessões ou ao estresse pós-traumático.

 

 Confira agora as fobias mais comuns:

-Medo de falar em público – glossofobia;

-Medo de aranha- aracnofobia;

-Medo de cachorro – cinofobia;

-Medo de altura- acrofobia;

-Medo de agulhas – aicmofobia;

-Medo de lugares fechados – claustrofobia;

-Medo de insetos em geral (baratas, formigas, mariposas, etc.)- entomofobia;

-Fobia social;

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O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais empreenda qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.