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Depressão é genética?

A melhor resposta seria também! O transtorno depressivo maior (TDM) é uma condição psiquiátrica comum, com uma taxa de prevalência em torno de 15% ao longo da vida. Atinge duas vezes mais mulheres que os homens e, na maioria dos casos, se desenvolve na terceira década de vida. Estudos mostram que quando uma pessoa tem um familiar com o transtorno depressivo maior, o risco de desenvolver a doença aumenta em cinco vezes.

Pesquisadores britânicos analisaram 839 famílias, com casos recorrentes de depressão e conseguiram identificar um gene em todas elas, responsável pelo desenvolvimento da depressão (1). Outras pesquisas mostraram que uma pessoa que tem pais ou irmãos com depressão tem três vezes mais risco de desenvolver o transtorno.

Entretanto, o desenvolvimento da depressão depende de outros fatores, como os ambientais, ou seja, que envolvem a criação, a família e a vida em sociedade. Uma pessoa que convive com um familiar portador do transtorno depressivo tem mais risco de ter o problema.

Uma criança que presencia um comportamento depressivo, de um dos pais ou dos irmãos, tende a “copiar” esse comportamento em algumas circunstâncias. Esses são apenas alguns exemplos de como o ambiente pode influenciar na saúde mental de uma pessoa.

O gênero sexual é outro fator importante quando se fala em depressão. Um estudo mostrou que mulheres têm 42% de chance de ter depressão hereditária, enquanto que nos homens esse risco cai para 29%. (2)

E por falar nos homens, segundo um estudo da Universidade de Zurique, na Suíça, a depressão tem um componente genético transmitido pelos espermatozoides. O estudo foi conduzido com camundongos, que eram submetidos diariamente a situações de estresse. Os filhotes machos, quando adultos, apresentaram comportamentos depressivos. Os filhotes desses machos apresentaram os mesmos sintomas depressivos, que persistiram por mais uma geração. A hipótese dos pesquisadores é que o estresse afetou as células sexuais, estimulando a expressão dos microRNA ligados ao estresse e aos defeitos metabólicos.

Outros estudos estão em andamento para esclarecer melhor a relação da depressão com a genética, porém as pesquisas já realizadas confirmam que a depressão é um transtorno multifatorial, impactado também pela genética.

A Genome-Wide Significant Linkage for Severe Depression on Chromosome 3: The Depression Network Study

A Swedish National Twin Study of Lifetime Major Depression

 

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O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais empreenda qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.