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Transtorno Opositor Desafiante

Rebeldes com causa

Conheça melhor o Transtorno Opositor Desafiante (TOD)

Por melhor que seja a educação de uma criança, é praticamente impossível evitar as fases de rebeldia. Crianças por natureza são curiosas, questionam os pais a respeito de diversos assuntos e podem ficar irritadas quando não são atendidas ou não conseguem o que querem. Entretanto, quando esses comportamento e atitudes são constantes, difíceis de serem manejadas e atrapalham a vida escolar, familiar e os relacionamentos, é preciso prestar atenção. Essa rebeldia, aparentemente sem causa, pode indicar um transtorno comportamental, conhecido como Transtorno Opositor Desafiante (TOD).

O TOD é considerado um transtorno disruptivo do comportamento e tem algumas características bem específicas, como desobediência e comportamento desafiador constante.  Mas, como diferenciar esses comportamentos, que podem até ser normais em algumas fases do desenvolvimento de uma criança, de um transtorno psiquiátrico? O ideal é que os pais procurem um psiquiatra ou um psicólogo comportamental, especializado em crianças e adolescentes.

Naturalmente, informar-se sobre o assunto também é importante. Em geral, crianças com TOD tendem a reagir de forma agressiva quando não conseguem obter o que desejam, não gostam e apresentam resistência em aceitar regras, incomodam as pessoas, argumentam muito com os adultos e não reconhecem a responsabilidade pelo mau comportamento. A idade é outro fator importante, pois segundo a literatura médica, o TOD costuma aparecer na idade pré-escolar, normalmente antes dos 10 anos de idade.

Muitas vezes, o TOD pode ser confundido por leigos com outro transtorno comum em crianças e adolescentes, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Embora sejam condições distintas, apresentam uma importante comorbidade. Estudos mostram que 50% dos pacientes com TDAH também tem TOD, sendo o TDAH um fator de risco para o desenvolvimento do TOD.

O diagnóstico e o tratamento precoces do TOD são fundamentais, uma vez que cerca de 25% dos casos podem evoluir para um transtorno de conduta (TC) na adolescência. O TC é mais prevalente em meninos, que podem chegar a cometer violência contra animais, vandalismo, mentir, faltar à escola e até mesmo infringir a lei com pequeno furtos, incêndios, etc.

Dados importantes sobre TOD

  • Está associado a disfunções pessoais, familiares, sociais e escolares
  • Crianças com TOD apresentam mais conflitos familiares que crianças que não têm a doença
  • Crianças com TOD são mais rejeitadas por colegas e apresentam maiores índices de faltas escolares
  • Transtornos disruptivos em crianças estão associados com mau prognóstico na vida adulta, aumentam o risco de depressão, suicídio, abuso de substâncias e problemas legais
  • TOD é um fator de risco para o desenvolvimento de Transtorno de Conduta (TC) em meninos

Causas

Atualmente não existe uma causa conhecida ou unanimidade sobre a etiologia do TOD. Alguns fatores devem ser levados em consideração, já que o transtorno é multifatorial. Crianças impulsivas, irritadas e desatentas, por exemplo, apresentam maior risco. Perda de um dos pais, ambiente familiar conflituoso, abandono ou nascimento de um irmão também podem influenciar no desenvolvimento do TOD.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado por meio de avaliação clínica, seguindo uma série de critérios. Um deles, por exemplo, é a presença dos sinais e sintomas por, no mínimo, 6 meses, entre outros. Além disso, esta avaliação visa fazer o diagnóstico diferencial, uma vez que outros transtornos também podem ter sintomas comportamentos parecidos com os do TOD.

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O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais empreenda qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista