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Como lidar com a sexualidade dos filhos?

A sexualidade dos filhos ainda é um tabu para a grande maioria dos pais. Se há algum tempo os adolescentes despertavam para a sexualidade por volta dos 15 anos, diversas pesquisas, nacionais e internacionais, mostram que hoje as crianças entram em contato com a sexualidade cada vez mais cedo.

O fato é que a sexualidade faz e fará parte da vida de todo mundo e não dá para fingir que os filhos serão eternos bebês. Inevitavelmente, crianças fazem perguntas embaraçosas desde muito cedo, por isso os pais devem estar preparados para lidar com a sexualidade dos filhos ainda na infância.

O desenvolvimento sexual é uma etapa fundamental da vida, ou seja, todas as pessoas têm o direito de viver a sexualidade de maneira saudável. É um aspecto que não tem como ser separado dos outros e influencia, consideravelmente, os pensamentos, sentimentos, ações e interações na idade adulta.

Quando a adolescência chega, há uma explosão de hormônios que começam a preparar o corpo para a vida sexual. É importante que pais e mães, em vez de negarem a sexualidade dos filhos, prestem atenção e se aproximem, no sentido de orientá-los.

O comportamento sexual de um adolescente é construído a partir de modelos e padrões de conduta da família e dos amigos que ele tem como referência. Isso quer dizer que os pais têm um papel fundamental na construção da sexualidade dos filhos e devem acompanhar ou ter interesse em saber quem são os outros adultos que os filhos admiram.

 

Liberdade X Limites

A repressão ou a liberdade precisam ser dosadas da forma correta. Muitos pais acham que prender os filhos em casa, proibir de sair, de usar o computador, entre outras táticas irão impedir namoricos , paqueras ou contato com a vida sexual.

Na verdade, essa estratégia pode surtir um efeito contrário: aumentar a rebeldia, muito comum nos adolescentes, que irão procurar meios de conseguir sair escondido, fugir de casa, entre outras travessuras. Por outro lado, pais muito liberais correm o risco de não conseguirem impor limites quando isso for necessário.

Entretanto, isso não significa que os pais também devem se distanciar. É imprescindível que mães e pais acompanhem de perto a vida dos filhos, sem invadir a privacidade, é claro. Nada de ler diários, colocar camisinhas na mochila, ouvir telefonemas ou invadir os computadores. Há maneiras mais saudáveis de orientar os adolescentes.

Os pais devem agir como pais, ou seja, impor limites, regras e, acima de tudo, manter o diálogo com os filhos. Naturalmente, cada família tem sua própria cultura e funcionamento com relação à educação sexual. Mas, preparamos algumas dicas que podem ajudar a lidar de forma mais natural com a questão da sexualidade na adolescência:

  • Informe-se sobre a puberdade e as mudanças que acontecem para poder falar sobre isso com seu (sua) filho (a)
  • Crie oportunidade para que seu (sua) filho (a) fique à vontade para fazer perguntas sobre assuntos ligados à sexualidade
  • Quando perceber que é o momento certo, por meio de uma conversa objetiva e direta, alerte seu (sua) filho (a) sobre a responsabilidade de iniciar uma vida sexual, ou seja, prevenção de gravidez, de doenças sexualmente transmissíveis, etc.;
  • É melhor que seu (sua) filho (a) procure você a outras pessoas para falar sobre sexualidade. Portanto, seja acolhedor, ouça com atenção e não julgue. Se tiver dúvidas em como lidar com a situação, procure um psicólogo para receber orientações.

A falta de informação, decorrente da ausência de diálogo sobre sexualidade em casa, pode levar a uma vida sexual desordenada, confusa e sem limites para o adolescente. Contudo, quando há um ambiente familiar sem repressões, em que seja possível discutir qualquer assunto, certamente o adolescente terá mais confiança e respeito pelos pais, podendo assim vivenciar saudavelmente sua sexualidade.